quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Dicas para a vida

 


O ser humano é formado por seus pais, principalmente, nos anos iniciais e, depois, durante o amadurecimento, desenvolve seus próprios conceitos a respeito da vida e da convivência social. Meu pai me ensinou os princípios da honestidade, do respeito, da hierarquia, da obediência, mas isso não quer dizer que sempre me mantive dentro dos parâmetros por ele traçado.

Sabendo ele que eu podia mais, decidiu não gastar saliva comigo: me deixou uma lista de coisas que eu deveria fazer para ser um ser humano melhor. Coisas do tipo: elogie três pessoas por dia, assista o nascer do sol uma vez por ano, tenha um aperto de mão forte, olhe nos olhos dos outros, seja o primeiro a dizer olá, diga sempre muito obrigado, diga sempre por favor, cante no chuveiro, identifique as músicas de Chopin, Beethoven e Mozart, entre outras coisas.

Esses tipos de conselhos, por mais que sejam coisas rotineiras, sempre fazem a diferença. Eu sempre me policio para realizá-los todos os dias, mas nem sempre é possível. Nosso humor muda diariamente, sem mais nem menos, porque algumas situações nos tiram do sério. Precisamos o tempo todo perdoar as pessoas por elas serem como são, de tentar entender de que maneira entramos em situações embaraçosas, de levantar-nos das quedas, erguer a cabeça e seguir em frente.

As dicas do meu pai não se restringem ao convívio social. Elas também me recomendam a fazer coisas saudáveis, como exercitar-me diariamente, nem que sejam abdominais e apoios. A minha disposição tem evitado isso há uns bons anos, mas na juventude fui muito ativo. Mas vou retomar as caminhadas em breve e deixar o carro mais na garagem. Promessa para o ano novo.

Mas a mais importante das dicas do meu velho amigo, mestre e modelo foi o de escolher a minha esposa, Patrícia. “Escolha bem o seu cônjuge. Esta decisão única resultarão noventa por cento da sua felicidade ou da sua desgraça”, escreveu-me ele. Sim, esta escolha fiz bem. Na verdade, sempre achei que fui escolhido por ela. Foi ela a responsável por eu ter entrado no Poder Judiciário, insistindo para que eu estudasse. No mês anterior ao estudo, ela que já estava no TJ, tirou férias para estudar comigo. Percorria meus passos dentro de casa cantando musiquinhas dos cursos de português que fazia a distância.

Não é que uma das musiquinhas me fez acertar uma questão na prova? E ainda fiquei na frente dela umas cem posições. Em julho fomos chamados e em agosto estreei no Fórum de Sapucaia do Sul, onde fui muito bem recebido. A Patrícia, que já estava no TJ, mudou de cargo. Meu pai tinha razão em me deixar conselhos. “A família é a sua maior riqueza”.






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